As minhas últimas viagens por este mundo fora passaram por duas grandes cidades europeias: Viena e Londres.
Viena possui uma aura de nobreza inigualável. Não é só pelo Palácio da Sissi (quem não se lembra da Romy Schneider a passear pelas salas e corredores do palácio enquanto morria de amores por Francisco José?), mas também as ruas largas debruadas de árvores em flor, os parques relvados, as carruagens puxadas por cavalos (pobrezitos), os telhados verdes da cor do cobre quando encontra a água. Viena é também esplanadas, fontes e relógios de imperadores. Senhoras idosas a comer gelados. Schnitzel (um simples panado com um nome difícil) e piano com mel (entrecosto grelhado pincelado com mel). A maior feira de diversões que eu já vi. Ópera disponível na praça para quem estiver disposto a sentar-se à chuva em frente ao ecrã. Estátuas de mulher-leão, com asas. Chocolate “Ildefonso” e “Mozart”. Chuva constante, daquela miudinha molha-todos. Segurança e passeios nocturnos pela Baixa de luz dourada. O rio Danúbio, mais pequeno do que imaginava. O nome de uma rua dedicada a Aristides de Sousa Mendes (será que a maioria dos portugueses sabe quem ele foi?). Chocolate quente com chantilly num café típico onde se espera na fila para se poder sentar. Jantar entre amigos.
Londres
O mais engraçado em Londres é poder passar do estilo alternativo ao estilo glamour em poucas estações de metro. As ruas Regent e Oxford oferecem Prada e Levi’s. E uma loja de brinquedos de 5 andares onde os empregados se divertem a fazer bolhinhas de sabão, a lançar helicópteros e a brincar aos piratas. Que belo emprego! E que rebuliço naquelas ruas, até parecia que quando há sol em Londres é possível faltar ao emprego e ir às compras.
Ou então deitar-se de biquíni na relva de um dos parques urbanos, como o Green Park junto ao Palácio de Buckingham, desta vez com elefantes artisticamente coloridos que despertam a curiosidade dos passantes. Foi neste jardim que experimentei a Urban Picnic Box, uma ideia eventualmente nascida da “Bento box” do Japão e que é, simplesmente, uma refeição numa caixa para apreciar em qualquer espaço público da cidade.
Foi também em Londres que aprendi a origem da forma tradicional dos bolos de noiva. A Igreja de St Bridget (também chamada St Brides), na margem norte do Rio Tamisa, tem esse formato e diz-se que um famoso pasteleiro do séc. XVIII fez o bolo de noiva para o casamento da sua filha inspirado na torre da Igreja com essa forma, uma ideia depois aproveitada por outros mestres da doçaria e que perdura até hoje. Londres é assim, uma influência subtil mas vigorosa na vida europeia. Como por exemplo as peças de Shapeskeare que enchem teatros por esse mundo fora.
Um beijo do tamanho de um elefante na Índia!
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