quarta-feira, 8 de junho de 2011

Istambul, a união entre dois continentes

e de muitas culturas diferentes. Istambul é uma cidade que vibra de energia e que recebe de braços abertos quem se quer deixar arrebatar pelo frenesim do ecumenismo. Como muitas outras cidades, Istambul transborda de movimento, de pessoas, de carros e, neste caso, também de barcos. Os transportes públicos e as infra-estruturas de apoio são modernos e eficientes. Lojas de marca internacional ladeiam as ruas principais de Taksim, a parte nova da cidade no lado europeu, enquanto os bares mais típicos se concentram numa espécie de "Bairro alto" de grandes dimensões, com ruas estreitas atulhadas de mesas, cadeiras e de gente. Estas características urbanas tornam-se únicas quando juntamos a mistura de faces asiáticas e europeias que define a diversidade do povo turco. Uma mescla impressionante de olhos rasgados, faces redondas, peles claras e escuras, muitas vezes timidamente escondidas pelos véus muçulmanos que ainda proliferam na cidade. De facto, apesar desta mistura de gentes e culturas, a cidade é muçulmana. A partir da Torre de Galata vêem-se as inúmeras mesquitas sobranceiras aos prédios residenciais, com os minaretes estendidos para o céu e as orações que ecoam pela cidade cinco vezes ao dia. Não se encontra carne de porco em nenhum restaurante, o que, no fim de contas, não desvaloriza em nada a sua gastronomia, principalmente as deliciosas baklavas e os kebap.

As tulipas no Palácio Topkapi

 
Hagia Sofia a partir da Mesquita Azul, a sala principal e os azulejos cristãos

  O ritual de lavagem dos pés antes da entrada na mesquita.

 
A Mesquita Azul, o nome deriva dos azulejos azuis que a decoram por dentro

 Baklavas, yummy!

Para além da atmosfera urbana, plena de vitalidade, gostei muito das tulipas que habitam todos os canteiros da cidade. Gostei da imponência e dos pormenores arquitectónicos dos monumentos, desde o Palácio de Topkapi à Hagia Sofia e à Mesquita Azul, passando pelas pequenas mesquitas de esquina, onde se respira tranquilidade mesmo quando não se é religioso. E gostei muito dos mercados de rua, onde as cores e os cheiros das especiarias nos inebriam enquanto avançamos devagarinho entre a multidão. Não gostei tanto do Grand Bazaar, formatado para o turista-padrão disposto a pagar balúrdios mesmo quando é enganado na origem e na qualidade dos produtos. Apesar de eu ser relativamente hábil na arte de regatear, não tenho paciência quando os vendedores são rudes e aparecem com cara de quem nos está a fazer um grande favor. Prefiro vaguear pelos mercados de rua, sempre apinhados, onde conseguiria perfeitamente passar despercebida se me vestisse como muçulmana devota. E passear pela cidade, perfeitamente segura mesmo de noite, atravessando a ponte de Galata sobre o Bósforo enquanto os locais pescam calmamente.

  
 A Ponte de Galata que une a parte velha e a parte nova do lado europeu da cidade, atravessando o Golden Horn. A pesca é uma actividade muito popular nesta ponte.

O bazar egípcio ou das especiarias, mais pequeno e mais acolhedor que o Grand Bazaar

 
A passagem do estreito do Bósforo para o Mar Negro, visto da terra e do ar

1 comentário:

  1. Bonitas fotografias e tu sempre com um grande e lindo sorriso :))
    Tenho um amigo turco, natural de Istambul, que conheci na livraria da estação onde apanho o comboio. Quando veio para Potugal, passou primeiro pelos Açores, e daí ter ficado com uma leve pronúncia açoreana. Agora vive nos arredores de Lisboa, com a namorada, que conheceu nos açores. Foi ele que me disse que era turco, porque me passou totalmente despercebido. E o mais engraçado é que vim a saber que é um turco ateu, hehehe. Coisa rara nestes tempos de fundamentalismos ecuménicos. Ficámos bastante amigos.

    Muitos beijos na Índia Kida

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