domingo, 26 de abril de 2009
Il lago di Varese
terça-feira, 7 de abril de 2009
Bucuresti
Depois do jantar, recebo uma mensagem da Alitalia, a companhia aérea que decidi experimentar pela primeira vez porque tinha a melhor relação horas/preço. Tinha até à noite anterior, quando decidiu cancelar o meu voo e transferir-me para um voo mais tarde. Passei a manhã de sexta-feira em Milão, onde descobri a Chinatown e o Parco Sempione.
Piazza del Carmine, Milão
Castello Sforzeseo (Cairoli), Milão
Parco Sempione, Milão
Anões no Parco Sempione
Chinatown
Chego a Bucareste às 6h da tarde, sigo as dicas da minha vizinha romena e apanho o autocarro para o centro, de onde vi o sol a pôr-se sobre os pomares cheios de árvores em flor, stands de Mercedes e Jaguares e de onde começo a perceber a estrutura da cidade. A estrada é larga e com bom pavimento, como noutra cidade da Europa com estradas estimadas. Saio do autocarro na Piata Universitate e avisto o majestoso Teatro Nacional e os edifícios antigos (do tempo do comunismo) da Universidade na penumbra do anoitecer. Uma boa surpresa para começar a viagem. Apanho depois o metro para ir ter com os meus amigos e descubro que o sistema de metro é tão bom como o de Lisboa, com mais linhas e carruagens graffitadas numa linha específica que segue para a Faculdade de Geografia. Confirmo também que a língua é muito parecida com o português, tem base latina e é relativamente fácil de perceber escrita.
Chego à zona sul da cidade, numa área facilmente acessível mas aparentemente mais negligenciada, onde descubro outra coisa: cães abandonados nas ruas de Bucareste, muitos, normalmente pacíficos mas com eventuais ataques de fúria aos humanos, como acabaremos por experienciar mais tarde.
No dia seguinte é dia de conferência e sigo com os restantes para a zona ocidental da cidade, bem menos cuidada que o centro e com pequenas lojas para todos os gostos de ambos os lados da estrada. À primeira vista, lembrei-me de algumas ruas de Mumbai, onde o negócio prolifera à beira da estrada, um pouco menos sujo e com menos gente, claro. No caminho de regresso da Universidade, depois de um almoço ligeiro, caminhamos calmamente em direcção ao metro quando ouvimos um grito no grupo que seguia atrás: Catalina, uma estudante romena que nos acompanhava, fora mordida por um dos muitos cães que andavam por ali, sem razão aparente e sem aviso prévio. Resultado: uma ida à farmácia para desinfecção, uma viagem de metro preocupante a ver a perna a inchar e a Catalina a adormecer e uma ida ao hospital para duas injecções (onde só foi a Catalina e uma amiga, enquanto nós fomos visitar um Museu). Segundo os locais, cerca de 100 pessoas por semana são mordidas por cães em Bucareste, um problema que resultou da política de Chauzescu de desalojar famílias para destruir os seus prédios e construir outros mais vistosos, deixando os cães dessas famílias ao abandono nas ruas da cidade.
No centro da cidade, como na Piata Victoriei ou na Piata Romana, vi outro cenário: ruas largas, limpas e floridas, um parque agradável, edifícios sumptuosos onde o governo se aloja e os museus habitam, prédios altos e modernos, carros de alta cilindrada… não pude ver tanto quanto queria porque a Alitalia alterou também o meu voo de regresso e fez-me voar mais cedo do que o esperado (agora percebo porque está na bancarrota, nenhum italiano confia nesta companhia aérea), mas aquilo que vi deixou-me bastante satisfeita… por agora. Talvez um dia volte para visitar o resto de Bucareste e o castelo de Bran, do famoso Conde Drácula, agora com entrada vedada ao público desde que foi comprado por um privado (alienação de património nacional por razões financeiras... sem comentários).
O edifício do governo, Piata Victoriei
O Museu de Geologia
O Museu de Arte Antiga
O ritmo de “La Scala”
O Teatro visto do exterior não impressiona… a vista do Teatro D. Maria II em Lisboa é mais imponente. Mas por dentro é outra história: o anfiteatro, relativamente pequeno, está rodeado de balcões tons de vermelho vivo e dourado, divididos em 6 andares, como se estivessemos num navio. Magnífico! Parece mesmo a Ópera dos filmes… aqui ficam as poucas fotos que consegui tirar antes do segurança me apanhar…
A Ópera a que fui assistir chamava-se “Alcina”, do compositor alemão Hendel. 3 horas e meia de um drama/comédia grega em versão moderna, com música ritmada e forte cantada em italiano. Segundo o meu vizinho austríaco, oriundo de uma cidade onde se pode ver uma Ópera por 5 euros (sem lugares sentados, contudo, mas mesmo assim uma verdadeira Ópera), esta peça a que assistimos era do estilo clássico, que se distingue do barroco por repetir várias vezes as letras das canções. Uma história com mitologia à mistura e na qual eu não esperava ver participantes nus… mas lá estavam eles, no palco, a fingirem-se de homens transformados em animais pela feiticeira “Alcina”, perdidamente apaixonada por Ruggiero, um cavaleiro heróico noivo de Bradamante mas que não se lembra disso por ter sido enfeitiçado por Alcina. Bradamante, a noiva, disfarça-se de homem e segue Ruggiero até à ilha de Alcina para o libertar do feitiço e acaba por atrair a atenção de Morgana, irmã de Alcina e a melhor personagem da história (a mais divertida e com a voz mais melodiosa, na minha opinião). Vale a pena experimentar uma Ópera, e se cantada em italiano, uma língua bem mais leve e mais perceptível que a alemã, ainda melhor.
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