Noite de Ópera. Saímos do JRC às 17h30 para chegarmos a Milão às19h, esganados de fome depois de um dia intenso de trabalho. Para satisfazer o estômago evitando chegarmos atrasados ao espectáculo, fomos a um snack-bar perfeitamente desajustado ao nosso serão e à nossa vestimenta de traje a rigor: o McDonald’s da Galleria Vittorio Emmanuele. Quando se tem fome e pressa o ambiente pouco interessa, e o que é certo é que soube a pouco!
O Teatro visto do exterior não impressiona… a vista do Teatro D. Maria II em Lisboa é mais imponente. Mas por dentro é outra história: o anfiteatro, relativamente pequeno, está rodeado de balcões tons de vermelho vivo e dourado, divididos em 6 andares, como se estivessemos num navio. Magnífico! Parece mesmo a Ópera dos filmes… aqui ficam as poucas fotos que consegui tirar antes do segurança me apanhar…
A Ópera a que fui assistir chamava-se “Alcina”, do compositor alemão Hendel. 3 horas e meia de um drama/comédia grega em versão moderna, com música ritmada e forte cantada em italiano. Segundo o meu vizinho austríaco, oriundo de uma cidade onde se pode ver uma Ópera por 5 euros (sem lugares sentados, contudo, mas mesmo assim uma verdadeira Ópera), esta peça a que assistimos era do estilo clássico, que se distingue do barroco por repetir várias vezes as letras das canções. Uma história com mitologia à mistura e na qual eu não esperava ver participantes nus… mas lá estavam eles, no palco, a fingirem-se de homens transformados em animais pela feiticeira “Alcina”, perdidamente apaixonada por Ruggiero, um cavaleiro heróico noivo de Bradamante mas que não se lembra disso por ter sido enfeitiçado por Alcina. Bradamante, a noiva, disfarça-se de homem e segue Ruggiero até à ilha de Alcina para o libertar do feitiço e acaba por atrair a atenção de Morgana, irmã de Alcina e a melhor personagem da história (a mais divertida e com a voz mais melodiosa, na minha opinião). Vale a pena experimentar uma Ópera, e se cantada em italiano, uma língua bem mais leve e mais perceptível que a alemã, ainda melhor.
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