Um licenciado em Cinema e Audiovisual recebeu uma
proposta para um trabalho como Operador de Câmara. Como seria um trabalho muito
gratificante para ele, tanto a nível pessoal como profissional, foi-lhe
oferecido o pagamento não em dinheiro mas em produtos capilares.
O meu pensamento: só podem estar a brincar! Quem acha que
isto é uma proposta de trabalho deve ter os neurónios todos de férias. Ou então
gosta de ter escravos em redor. Ou acha que as pessoas que quer contratar – não
ele – vivem só do ar. Ou então tem muitos produtos contra a seborreia em casa
porque a sua mulher é cabeleireira e assim dava vazão aos caixotes de produtos
que tem na arrecadação sem gastar mais nenhum tostão.
Nenhuma destas razões é válida para uma proposta de trabalho
como esta. E não me venham dizer que a situação está má e que tem que ser assim
para o país ir para a frente, que temos que nos sujeitar às condições (quais
condições?) que nos oferecem. Assim o país não vai para a frente, não é preciso
ter um curso em economia para o saber. O nosso tempo, o nosso conhecimento, a
nossa experiência são elementos preciosos que têm que ser valorizados. Têm que
ser pagos por um preço justo que compense o tempo que passamos longe da nossa
família e a fazer o melhor que podemos o que outros nos pedem.
O licenciado anda agora nas ruas a sensibilizar para a falta
de escrúpulos daqueles que se querem aproveitar do contexto de crise para se
desviar do caminho da integridade de direitos profissionais. Eu estou com ele.
Podes crer que anda muito boa gente a aproveitar-se da "crise" para contratar pessoas ao preço de chuva. Chuva não, ainda mais barato que isso que a água e um bem escasso. Este caso que relatas é só mais um. Mais valia dizerem que era um trabalho não remunerado.
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