Mohammad Yunus (re)inspirou-me,
com o seu lema de ser útil para alguém a cada dia. O acaso deu um empurrão, quando
meti conversa com alguém que trabalhava na associação. Decidida a dar um pouco
do meu tempo em prol de outros que mais precisem enquanto estiver nesta cidade,
dirigi-me à associação para me inscrever como voluntária.
Devo confessar que o meu entusiasmo se desvaneceu rapidamente. Fui recebida com um rude “Boa tarde, diga”, sem mais apresentações. A tentar iniciar conversa, pedi para me falarem um pouco sobre a associação e saí de lá a saber o mesmo. Fizeram questão de me dar os títulos das pessoas que devo contatar directamente (Dr.ª Xx, Prof.ª Yy), quando na verdade nem sequer me perguntaram o meu nome, o nome daquela pessoa que estava disposta a trocar o conforto do sofá pela ajuda ao próximo e às actividades da associação.
Foi uma desilusão. Agradeci e saí porta fora, pensando se valeria a pena trabalhar com quem nem sequer quer saber o nome da pessoa que se disponibiliza a dar o seu tempo para os ajudar.
Sou voluntária há muitos anos. Fui chefe escuteira, monitora de colónia de férias, professora de
português para estrangeiros, formadora no Centro Português para Refugiados. Trabalhei
com crianças, jovens e adultos, e também com animais. Sei perfeitamente que
muitas iniciativas por este país fora não se poderiam realizar sem a ajuda
desinteressada de voluntários. E também tenho consciência do valor de cada hora
dada, tirada de tempos livres, de tempo com família e amigos, até do próprio
trabalho. Há ajuda mais genuína do que esta? Por isso não entendo esta abordagem impessoal e áspera, como se eu
fosse apenas mais uma folha de inscrição a colocar no dossiê, e não uma pessoa real com
imensa vontade de contribuir, apesar do seu trabalho, da sua família e das suas
responsabilidades.
Quem já atravessou meio mundo não vai desistir por tão pouco, pois não?
ResponderEliminarOlá Catarina,
ResponderEliminarNeste caso, e para esta associação, sim. O respeito pela pessoa que és não é assim tão pouco :)