A história começa pelo fim. O fim
de uma vida. A morte da personagem “pai” desencadeia o reencontro familiar
entre os irmãos e a mãe, almas separadas por mágoas, por más decisões, pela solidão
e por mal-entendidos. Uma família ganesa-nigeriana emigrada nos EUA a quem
faltam as raízes e a compreensão do seu próprio passado, e que, apesar de todas
as tentativas da família, este passado intromete-se descaradamente nas suas
vidas e nas suas escolhas.
A morte inesperada do pai obriga-os
a enfrentar a fragilidade das suas próprias vidas, enquanto indivíduos e
enquanto família, refletida na falta de confiança, nas doenças psicológicas, no
incumprimento de expectativas e, essencialmente, na falta de comunicação entre
pessoas que cresceram juntas e que, sem perceberem bem porquê, foram forçadas (ou escolheram) a abandonar-se. Até ao novo reencontro, de pessoas, de mágoas e de muitas palavras por dizer, na beleza de sentir e de pensar enquanto ser humano.
Taiye escreve de forma dinâmica e
vívida; a história cresce a um ritmo tão intenso que quase me deixava sem fôlego,
como se uma multidão me estivesse a empurrar para o fim da estrada. À medida
que me agarrava ao fio condutor da história desta família e queria saber mais, os
segredos eram desvendados às camadas, sem pressa, imitando o próprio ritmo incontrolável
da vida humana. Uma boa companhia para os finais do dia.
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