domingo, 23 de janeiro de 2011

Esquiar a ver o Monte Branco…

... é algo que eu nunca pensei vir a fazer. Mas hoje lá estive eu, no Vale de Aosta, uma região italiana fronteiriça com a França e a Suíça, a tentar deslizar na neve sem cair e sem magoar mais nenhum joelho. Missão cumprida! É claro que desta vez, ao contrário do ano passado em que me meti a descer a encosta sem sequer saber como meter uns esquis nos pés - tendo como resultado um joelho torcido que me atormentou por uns bons meses – tive a ajuda de um instrutor. 2 horas de exercícios juntamente com as crianças (metem-me uma inveja aqueles destemidos!) que me prepararam para descer uma encosta não muito íngreme. Sem mazelas e com vontade de regressar.

A paisagem era fabulosa! Montanhas escarpadas cobertas de neve a toda a volta e o Monte Branco ao fundo, destacando-se pela altura. Quando a instrutora soube que éramos portugueses, percebeu que não estávamos habituados a montanhas assim. É verdade, o sítio de onde vimos altera a nossa percepção em muitas coisas. Para um austríaco, aprender a esquiar faz parte da vida de uma criança, ou seja, quando têm 3-4 anos põem uns esquis nos pés dos miúdos, enquanto nós damos umas sapatilhas para jogar à bola. Portugueses, italianos do sul, espanhóis do sul, gregos e turcos não têm, regra geral, férias para esquiar. Os escandinavos aprendem a esquiar na escola, como nós aprendemos o andebol. Para mim, que vi neve pela primeira vez quando tinha 9 anos – durante uma horita porque a neve derreteu quase imediatamente, o esqui sempre me pareceu um desporto elitista, caro e inacessível. Ainda por cima temos que andar enchouriçados em roupa e com umas botas pesadonas enquanto enfrentamos graus negativos, correndo sérios riscos de partir uma perna! Nunca me pareceu atractivo, de facto. Mas estando agora a menos de duas horas de distancia de inúmeras estâncias de esqui, incluindo aquelas da montanha suíça que vem representada no chocolate Toblerone - Matterhorn
e com a possibilidade de partilhar esta aprendizagem com pessoas que sabem e gostam de esquiar, acabei por ceder à possibilidade de mudar de perspectiva. Depois da experiência traumatizante do ano passado, em que ouvi o meu joelho estalar e instantaneamente inchar depois de uma queda sem jeito nenhum em apenas 5 minutos na pista, pensei que jamais iria pôr os pés novamente nuns esquis. Mas era agora ou nunca: ou ganhava coragem de experimentar outra vez guiada por quem me soubesse ensinar ou me agarrava ao medo e perdia a oportunidade de aprender um desporto exigente, desafiador e divertido. E passar uma tarde num dos ambientes de montanha mais bonitos que eu já vi.

A pista de ski para principiantes

 Eu, pronta para a aventura!

O imponente Monte Branco a vigiar lá atrás

1 comentário:

  1. Que grande sorriso com que tu estás, Índia krida! Devias estar mesmo muito feliz :))
    Grande Beijoka

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