voltei a Utrecht. Cidade holandesa onde vivi enquanto estudante de Erasmus. Agora com mais edifícios e residências, de muitas cores. Com mais estradas, mais cafés. Com as dezenas de bicicletas estacionadas junto aos postes de luz, como antes. Com canais de água acastanhada e esplanadas nas suas margens. E surpreendentemente com muito sol. Com as mesmas panquecas deliciosas na mesma casa no meio da floresta onde costumava ir. Com amigas portuguesas com quem as conversas fluem até ao nascer-do-sol, acompanhadas de chá e stroopwafels quentinhas.
Regressei a Utrecht, sem nostalgia. Há dez anos atrás viver em Utrecht como estudante fez muito sentido. Tenho muito boas recordações daquele tempo e a certeza de que foi lá que a fase de nomadismo que tanto me fez crescer e me levou a conhecer uma parte do mundo começou. Mas não tenho saudades. Cada coisa no seu tempo. A vida que tenho agora é diferente mas faz mais sentido para a pessoa que hoje sou. Deve ser isso que significa seguir em frente, largar a vida de antes para aceitar a de agora mantendo da vida anterior aquilo que me ajuda a aproveitar a vida que vem a seguir. E de vez em quando voltar aos locais da década anterior, só para espreitar.
Ai as panquecas....
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